Medição de Resistência Elétrica de Sistemas de Aterramento

Erros frequentes cometidos no processo de medição

23/08/2017 16:09 por Kascher

A Norma Brasileira  NBR 15749 orienta o  processo para a correta medição da resistência elétrica dos sistemas de aterramento. Muitos erros são cometidos pelos técnicos que realizam este trabalho devido à inobservância das condições necessárias para a obtenção de valores confiáveis.  Os erros cometidos nas medições têm tendência de apresentarem valores medidos muito inferiores aos valores reais apresentados pelos sistemas sob aferição.

A resistência do aterramento é o quociente entre a tensão que o aterramento se eleva em relação a um eletrodo remoto, (ou seja, que tenha resistência mútua nula com o aterramento sob ensaio) pela corrente injetada neste aterramento, conforme Fig.1.

Figura 1 – Resistencia de Aterramento-Conceito

O método mais prático para a medição é o da “queda de potencial” que utiliza equipamento terrômetro com 3 terminais. O terrômetro de 4 terminais pode ser usado para esta finalidade, bastando curto-circuitar os bornes C1 e P1 e conectá-los ao sistema de aterramento a ser medido, conforme Fig.2.

Este método consiste basicamente em fazer circular uma corrente através da malha de aterramento sob ensaio por intermédio de um eletrodo auxiliar de corrente C2 e medir a tensão entre a malha de aterramento C1 / P1 e o eletrodo  P2  que é conectado ao eletrodo auxiliar de potencial. O terrômetro fornecerá o valor em Ohms que é o quociente da tensão medida pela corrente injetada no aterramento através dos terminais C1/P1 e C2.  Este valor será o da resistência do aterramento sob ensaio somente se as seguintes condições forem cumpridas:

  1. A corrente injetada pelo terrômetro trafegue em todo o seu percurso através do solo. Interferências tais como tubulações metálicas enterradas, proximidade de aterramento de padrões de energia do local de medição, fundações de edificações, etc. divergem a corrente do solo e interferem muito nestas medições fazendo com que os valores medidos fiquem menores que os reais.
  2. A distância D mostrada na Fig. 2 seja de no mínimo 2 vezes a maior dimensão do aterramento a ser ensaiado.
  3. A plotagem do gráfico Medições x d apresente a forma aproximada apresentada na Fig. 3.

O valor correto da resistência do aterramento sob ensaio Rm é obtido interpolando-se no gráficoo da Fig 3 o valor de R no ponto no qual a curva obtida se estabiliza confome apresentado na Fig.3

Quando a distância D utilizada na medição for menor do que a mínima necessária o gráfico Medições x d não apresentará a estabilização da curva e desta forma não seria possível obter a resistência do aterramento. Além disto, os valores lidos no terrômetro quando este erro é cometido tendem a ser muito menores do que os valores reais.

Em resumo, podemos concluir que as medições corretas de resistência de aterramentos urbanos é de difícil execução devido aos requisitos necessários para a eliminação de interferências e para a obtenção das distâncias visando a obtenção de curvas corretas. Em geral as medições erradas devido a estes fatores apresentam valores inferiores aos reais ou seja , fornecem valores otimistas de resistências elétricas dos aterramentos ensaiados.

O observa-se ainda a impossibilidade de se medir as resistências dos aterramentos convencionais  utilizando- se o terrômetro alicate, assunto este que já foi objeto de análise no artigo  Medição de Resistência de Aterramento com o medidor Alicate postado no Blog da Kascher Engenharia.

Por Ronaldo Kascher

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